Devido às condições editoriais em que os textos inspirados foram
escritos, é compreensível que os documentos originais tenham se perdido. Se os
pergaminhos se deterioram, quanto mais os papiros! Eles foram
sujeitos a vários fatores, como o desgaste físico, a ação de insetos, a umidade,
o calor, a luz e outros elementos ambientais que podem comprometer sua preservação.
Como resultado, muitos desses documentos originais se perderam ou foram danificados
ao longo do tempo. Entretanto, as cavernas secas do
deserto árido de Judá contribuíram para que, em 1948, uma considerável
quantidade de rolos e códices bem antigos (datados até o II Século a.C.) fossem
descobertos em Qumran, embora não fossem os textos originais e estivessem
bastante danificados.[1]
A
descoberta dos manuscritos de Qumran foi uma grande contribuição para os
estudos bíblicos, pois esses manuscritos continham textos sagrados e literários
antigos. A descoberta ocorreu porque as condições climáticas do deserto de
Judá, que é um ambiente extremamente seco, ajudaram a preservar os rolos e
códices em bom estado de conservação, mesmo após séculos de existência. No
entanto, muitos dos manuscritos estavam danificados e alguns fragmentados, o
que tornou a tarefa de decifrá-los e interpretá-los bastante desafiadora para
os estudiosos.
Devido a esta grande fragilidade dos documentos, a transcrição era
mais que necessária. E, considerando que tal transcrição se daria com certa
celeridade, a possibilidade de erros, apesar da dedicação dos copistas,
aumentava, à medida que faziam cópias de cópias. A fragilidade dos documentos pode
ser comparada a uma taça de cristal delicada, que pode se quebrar facilmente.
Para garantir a sua preservação, é preciso copiá-la. No entanto, cada vez que a
taça é copiada, existe um risco maior de erros e imperfeições na cópia, assim
como cada vez que um documento era copiado, havia a possibilidade de ocorrerem
erros, mesmo que os copistas fossem dedicados e cuidadosos.
Por isso, a fim de reconstruir um texto mais próximo possível do
original, pesquisadores recorrem a rolos e códices, a seções dos mesmos ou a
breves passagens, a citações de passagens da Bíblia, feitas pelos Pais da
Igreja, a versões antigas, deduzindo que estão mais próximas dos manuscritos
originais. Essa
prática dos pesquisadores em recorrer a diversas fontes para reconstruir um
texto próximo do original pode ser comparada a um detetive investigando um caso
antigo.
Assim como o detetive precisa juntar pistas e evidências de diferentes fontes para tentar descobrir a verdade dos fatos, os pesquisadores recorrem a diferentes fontes. Como no caso do detetive, a precisão da reconstrução dependerá da qualidade e da quantidade das fontes disponíveis e da habilidade do investigador em interpretá-las.
E assim, o tempo foi passando, os materiais utilizados para o registro dos textos sagrados se deteriorando, os copistas reproduzindo os textos para não perderem a preciosidade dos registros copiados, até que a Revelação registrada, copiada, traduzida e preservada chegasse até nós.
A Bíblia é a Palavra de Deus em LINGUAGEM humana. Mas, como entender textos escritos em épocas e regiões tão distantes?
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[1] MANNUCCI, Valério. Bíblia, palavra de Deus: curso de introdução à Sagrada Escritura. São Paulo: Ed. Paulinas, 1985. pp. 110.
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