O jovem lhes contou o que Mica fizera por ele, e disse: “Ele me contratou, e eu sou seu sacerdote”. (Juízes 18.4).
Um homem chamado Mica possuía seu próprio santuário. Para tanto, além
de fazer ídolos e uma estola sacerdotal com a prata que roubou da sua própria mãe,
ele pôs um de seus filhos como sacerdote para ministrar no seu santuário
particular.
Conheceu um levita que, devido ao afastamento espiritual de Israel,
devia estar procurando uma atividade ou um lugar para morar e se manter.
Afinal, quando o povo se desvia, não valoriza o culto, inclusive sua manutenção.
Mica lhe ofereceu um serviço sacerdotal, pagando-lhe para ministrar em seu
santuário particular. O que piorava a situação era o fato de Mica não achar que
estava errado.
Como a tribo de Dã estava ainda a explorar a terra prometida, para tomá-la,
encontraram este levita de Judá, na casa de Mica, nas regiões de Efraim.
Perguntaram ao levita o que estava fazendo lá. Ele respondeu que Mica o contratara
como seu sacerdote particular.
Após espiarem a terra, os danitas se reagruparam a fim de tomar a
terra sondada anteriormente. Mas, antes de tomarem a terra, passaram na casa de
Mica, roubaram seus ídolos e levaram seu levita. Fizeram uma proposta irrecusável
à vaidade e ao materialismo do ministro comprado. Ambicioso, o levita que era
sacerdote de apenas uma família, agora seria sacerdote de uma tribo. Não pensou
duas vezes!
Ao constatar que foi roubado e que perdera seu sacerdote particular,
Mica foi atrás dos seiscentos danitas, com um bando aos berros. Mas, temendo
por sua vida, após ser ameaçado, voltou desalentado. A idolatria era tanta que
ele perguntou: “O que me sobrou?”.
Os danitas tomaram a terra, levaram o levita e continuaram a misturar
o sacerdócio instituído por Deus com a idolatria cananeia. Tudo porque estavam
vivendo numa época em que todos se achavam no direito de decidir como deveria
ser a fé e o culto, independentemente da vontade divina.
Eles não eram mais pastoreados por alguém guiado por Deus. Seu pastor
contratado é quem era dirigido pelo rebanho.
Afinal, um ministro comprado não edifica o povo.
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