Damos início ao
livro de Eclesiastes, tradicionalmente atribuído a Salomão, sucessor do rei
Davi, com uma série de reflexões a respeito do que ocorre debaixo do sol, começando
com certo pessimismo, ao questionar o que faz sentido nesta vida sem sentido. O
autor diz que nada é novo, tudo é fútil, não há correção para o erro e a honra
é passageira. Por que lutar tanto se a vida é uma fumaça que logo se desfaz?
O capítulo dois
apresenta a busca de sentido na sabedoria humana, nos prazeres da vida, na
realização pessoal, nos grandes projetos, no acúmulo de riquezas, na fama, na
falta de limites... Mas o sábio conclui que tudo isso é inútil; é correr atrás
do vento. Afinal, todos morrem; seja sábio, seja tolo. Ambos serão esquecidos!
Tudo pelo que se trabalhou será herdado por alguém, sábio ou tolo. Todo o
esforço do sábio para construir algo, pode ser vão, se for herdado por um tolo.
Sendo assim, é melhor se contentar com o que se tem e desfrutar disso enquanto
se vive.
De acordo com
Eclesiastes três, querendo ou não, a vida tem estações. Não as controlamos e,
por isso, precisamos reconhecê-las e aceitá-las. Tudo tem o seu tempo. Somente
Deus tem o controle de tudo o que existe e acontece. Ao ser humano cabe apenas
desfrutar do que fez e fazer o bem, para colher bons frutos no futuro, consciente
de que Deus pode investigar o passado e sentenciar um futuro doloroso, pelo que
fizemos nesta breve e frágil vida, que finda como ocorre com todos os outros
animais, que não tem consciência de existência e nem necessidade de sentido.
No capítulo quatro,
diante dos sofrimentos que um homem impõe ao outro, das dores da vida, da falta
de sentido e do desejo de evitar o sofrimento, o sábio entende que seria melhor
não ter nascido. É melhor não estar vivo. Entretanto, enquanto vivos,
precisamos cooperar uns com os outros, a fim de diminuir as forças da adversidade
e nos fortalecermos mutuamente para enfrentá-las com êxito.
Não confundamos
felicidade com saciedade. Ter tudo o que se quer não é sinônimo de uma vida
feliz. Querer ser mais, ter mais ou fazer mais do que os outros não é uma boa
motivação para viver.
Cuidado com o
desejo de ser Deus!
Contente-se em
aproveitar a vida breve e frágil, confiando em Deus, fazendo o bem, admitindo
limitações e festejando cada pequeno passo, sem comparar ou competir alegrias.
Afinal, no final a gente morre.
10/06/2024
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