#158 - O QUE VALE A PENA NESTA VIDA?

A gente gasta a vida trabalhando, se esforçando e afinal que vantagem leva em tudo isso? (Eclesiastes 1.3).

Damos início ao livro de Eclesiastes, tradicionalmente atribuído a Salomão, sucessor do rei Davi, com uma série de reflexões a respeito do que ocorre debaixo do sol, começando com certo pessimismo, ao questionar o que faz sentido nesta vida sem sentido. O autor diz que nada é novo, tudo é fútil, não há correção para o erro e a honra é passageira. Por que lutar tanto se a vida é uma fumaça que logo se desfaz?

O capítulo dois apresenta a busca de sentido na sabedoria humana, nos prazeres da vida, na realização pessoal, nos grandes projetos, no acúmulo de riquezas, na fama, na falta de limites... Mas o sábio conclui que tudo isso é inútil; é correr atrás do vento. Afinal, todos morrem; seja sábio, seja tolo. Ambos serão esquecidos! Tudo pelo que se trabalhou será herdado por alguém, sábio ou tolo. Todo o esforço do sábio para construir algo, pode ser vão, se for herdado por um tolo. Sendo assim, é melhor se contentar com o que se tem e desfrutar disso enquanto se vive.

De acordo com Eclesiastes três, querendo ou não, a vida tem estações. Não as controlamos e, por isso, precisamos reconhecê-las e aceitá-las. Tudo tem o seu tempo. Somente Deus tem o controle de tudo o que existe e acontece. Ao ser humano cabe apenas desfrutar do que fez e fazer o bem, para colher bons frutos no futuro, consciente de que Deus pode investigar o passado e sentenciar um futuro doloroso, pelo que fizemos nesta breve e frágil vida, que finda como ocorre com todos os outros animais, que não tem consciência de existência e nem necessidade de sentido.

No capítulo quatro, diante dos sofrimentos que um homem impõe ao outro, das dores da vida, da falta de sentido e do desejo de evitar o sofrimento, o sábio entende que seria melhor não ter nascido. É melhor não estar vivo. Entretanto, enquanto vivos, precisamos cooperar uns com os outros, a fim de diminuir as forças da adversidade e nos fortalecermos mutuamente para enfrentá-las com êxito.

Não confundamos felicidade com saciedade. Ter tudo o que se quer não é sinônimo de uma vida feliz. Querer ser mais, ter mais ou fazer mais do que os outros não é uma boa motivação para viver.

Cuidado com o desejo de ser Deus!

Contente-se em aproveitar a vida breve e frágil, confiando em Deus, fazendo o bem, admitindo limitações e festejando cada pequeno passo, sem comparar ou competir alegrias.

Afinal, no final a gente morre. 



10/06/2024

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